segunda-feira, 28 de julho de 2008

vens olhar-me nas palavras...


vens olhar-me nas palavras que deixo reclinando perguntas nas reticências que lês.

calças os sentidos nas emoções descalçando dúvidas nas certezas que imaginas.

na ilusão que remedeias, há começos que bordas na angustia do despertar fazendo deles procuras no ajuste do que teces.

sei dos dias mínguos em que esfarrapas procuras nos anseios que o corpo turbulenta.

sei de tudo.

dos inventos perspicazes, das lonjuras que mendigas nos àquens desejados;

dos cristais que flutuam no choro de tantos pensamentos...

vens olhar-me nas palavras que deixo...

...porque sou a história, o morto - vivo, a causa presente, a tua memória!

segunda-feira, 21 de julho de 2008

meu mal me quer


meu bem, meu mal
meu mal me quer
de bem querer...

mal me quer,
bem me quer,
muito,
pouco,
nada...

muito quero,
pouco tenho
por bem querer
e mal haver...

mal me quer,
bem me quer,
muito,
pouco,
nada...

sexta-feira, 11 de julho de 2008

mais um azul na lembrança... (sou louco...)


Em vésperas dos meus céus completarem mais um azul, quero parar no tempo, olhar para trás e lembrar...

Lembrar que há muitos anos atrás, menino atrevido e extremamente meditativo, escrevi um poema que tem marcado a minha vida.

Um poema que "digerido" no seu contexto todos diziam ser impossivel para um menino tão...menino.

Um poema que tantos anos volvidos continuo a ler com espanto na constante pergunta de como foi possivel ter escrito com "sentimento adulto".

Esse poema que, a seguir transcrevo, nunca foi editado em livro, embora tenha tido "mil e uma" leituras na rádio, em espectáculos e em tertúlias literárias.

Desde há anos que, numa enorme moldura, está perpetuado em casa de minha Mãe.

Os anos passam, mas sempre que a visito e olho para ele, interrogo-me, salivo a saudade e engulo em seco.

Este é o meu poema! Aquele, o tal!


............


sou louco...



sou louco.
dizem para aí.

eu sei.

não corro,
não fujo,
não procuro socorro.

sou louco.
dizem.

chicoteiam as faces da alma
vazia de penumbra.

sou louco.
dizem.

não emendo
na procura duma consolação,
não vivo
procurando a evasão
de esquecer
o que dizem.

sou louco.
dizem.

...porque quero ter sombras na parede.

sou tudo.
uma besta - tudo neles,
que passam, riem, comentam e dizem:
é louco!

caminho mais só, sem dó deles.

...mas louco sem loucura não é louco.

...e sinto desejo profundo, digo mesmo:
louco é o mundo que caminha a esmo!

quinta-feira, 3 de julho de 2008

"Diversidades III" - Exposição Colectiva de Pintura na...


Doze artistas plásticos, doze sensibilidades, expõem vinte e quatro trabalhos de 5 a 30 de Julho na Galeria Municipal do Fitares Shopping, na Rinchoa (Sintra).
Doze artistas desenhando o seu caminho pessoal e único em busca da libertação e do prazer estético



As telas que exibo...


"Solitaire" - Acrilico sobre tela 50 x 60


"Solitaire I" - Acrilico sobre tela - 50 x 60

terça-feira, 1 de julho de 2008

na asa do gavião



na asa do gavião

uma pétala de susto

amedronta a palavra...


...e eu,

qual mortal,

sopro no suspiro

que suspirou meu coração.